Cobra exótica de quatro metros é encontrada dentro de sofá em casa no Paraná

Uma cobra píton, de quatro metros, foi encontrada dentro de um sofá de uma casa em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba. Ela foi descoberta após a apreensão de uma corn snake, outra espécie que não existe na fauna brasileira. A ação feita pela Polícia Civil do Paraná nesta quarta-feira (4) surgiu a partir de uma denúncia anônima.

Segundo o delegado Matheus Laiola, da Delegacia do Meio Ambiente, o homem foi preso em flagrante por manter animais silvestres em cativeiro. Contudo, ele enrolou os policiais e tentou esconder os animais, mas a cobra foi encontrada após os agentes ouvirem um barulho vindo do móvel.

“A pessoa ficou escondendo a cobra por 30 minutos e tentando nos enganar. Inclusive, ele tinha colado o forro do sofá”, conta ele.

Além de tentar esconder a cobra, o suspeito não possuía qualquer tipo de documentação e ainda é suspeito de maus-tratos.

“Encontramos o animal totalmente estressado em um ambiente inadequado. As pessoas precisam evoluir. Não é possível acharem situações bizarras como normais”, completa Laiola.

O homem está à disposição da Justiça enquanto as cobras foram encaminhadas ao Cafs (Centro de Apoio à Fauna Silvestre), em Curitiba.

De acordo com o biólogo Rodolfo Corrêa, doutor em Zoologia, as duas cobras apreendidas não são encontradas na fauna brasileira.

“A corn snake é uma cobra dos Estados Unidos, é encontrada nos milharais. Já a píton pode ter vindo da Austrália, África ou Ásia. São animais exóticos, que são comprados ilegalmente, para serem animais de estimação aqui no Brasil”, diz.

As duas espécies se alimentam de animais menores, principalmente ratos, e devem ser alimentados, pelo menos, uma vez por semana quando adultos. Além disso, as cobras são carnívoras apesar de não são serem venenosas.

“Elas matam a presa por constrição. Vão dar uma mordida para ter um ponto de apoio e vão enrolar em volta da presa para comprimir e matar por asfixia. Do tamanho da cobra que encontraram, poderia atacar uma criança ou um adulto”, completa o professor universitário.

Por fim, ele ainda enumera motivos e riscos de ter um animal desse tipo dentro de casa.

“A nossa lei não permite nem a criação de répteis nativos, da fauna silvestre, e nem importar esses animais de fora. Segundo, existe risco inerente de um acidente. E terceiro, talvez mais importante, pelo benefício do próprio animal. O animal foi tirado do seu habitat natural, é até certo ponto uma maldade”, finaliza.

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