O combate ao crime organizado foi o tema central do encontro entre o presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, desembargador Claudio de Mello Tavares, e o Superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, delegado Carlos Henrique Oliveira de Sousa, nesta terça-feira (3/3). O delegado ressaltou a importância da criação da 1ª Vara Criminal Especializada do TJRJ, instalada em setembro do ano passado por iniciativa do desembargador. Claudio de Mello Tavares observou que o Poder Judiciário está pronto para agir com rigor contra quadrilhas organizadas, sejam elas compostas por traficantes, por milicianos ou por ambos.
- O Tribunal de Justiça dará uma pronta resposta a essas quadrilhas. A Vara Especializada garantiu maior agilidade no andamento desses processos, que costumam ter um número expressivo de réus, e maior segurança na expedição de mandados, já que os juízes que nela atuam têm interlocução direta com os delegados e com o Ministério Público – disse o presidente do TJRJ.
O superintendente da Polícia Federal, que tomou posse em 10 de dezembro do ano passado, disse que a diretriz a ser seguida é a de fortalecimento do combate à corrupção e a todas as organizações criminosas, incluindo as de colarinho branco:
- Vamos combater também, e especialmente, as organizações que atuam mais próximas da população afetando o sentimento de segurança de todos, como as milícias. Estamos fazendo um trabalho no Brasil, e o Rio de Janeiro não poderia ficar de fora, de aumentar a interlocução entre as polícias, o Judiciário e o Ministério Público. Na Polícia Federal, já temos como tradição o bom relacionamento com o MP e com os juízes de Varas Criminais, o que sempre gerou excelentes resultados.
Em relação à criação da 1ª Vara Criminal Especializada, o delegado acrescentou:
- Muito louvável essa iniciativa porque aumenta a efetividade que todos pretendemos ao levar essas pessoas a julgamento. O fato de existirem juízes especializados no tema (combate ao crime organizado) vai facilitar, e muito, essa interlocução.
O presidente do TJRJ e o superintendente da PF conversaram ainda sobre o assassinato do agente federal Ronaldo Heeren, mês passado, na Favela do Rola, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio. Outro agente, que também trocou tiros com os criminosos, conseguiu escapar ao se esconder em uma casa abandonada. Ambos eram lotados no Núcleo de Operações da Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Delecor). Após matarem o policial, criminosos picharam a viatura descaracterizada da PF com as iniciais de uma facção criminosa.
A Favela do Rola era dominada por traficantes, mas, em outubro de 2018, foi tomada por milicianos. As comunidades Rola e Antares, em Santa Cruz, foram tomadas por criminosos ligados à milícia de Wellington da Silva Braga (conhecido como Ecko). Ecko e Danilo Dias Lima (conhecido como Tandera) estão na lista da Polícia Federal dos bandidos mais procurados do Brasil, segundo explicou o delegado Carlos Henrique. Também participaram da reunião desta terça, no gabinete do superintendente da PF, o juiz auxiliar da Presidência do Tribunal de Justiça Marcello Rubioli e o delegado regional de Combate ao Crime Organizado, João Luiz Caetano de Araújo.
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