Autoridades paraguaias investigam Ronaldinho Gaúcho por suposto uso de documentos falsos


Ronaldinho e o irmão, Assis, mostram passaportes
a autoridades paraguaias .
Foto: Divulgação/Ministério Público do Paraguai
Membros do Ministério do Interior do Paraguai e Ministério Público vão até hotel onde está ex-jogador brasileiro após denúncia de uso de passaporte irregular
O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho está sendo investigado no Paraguai por suposto uso de documentos falsos. O brasileiro desembarcou no país nesta quarta-feira para um evento em Assunção. Autoridades do Ministério do Interior e do Ministério Público do Paraguai estiveram no hotel onde ele e o irmão e empresário, Assis, estão hospedados, e ambos devem dar depoimento às 8h desta quinta.
Em contato com o GloboEsporte.com, o ministro do Interior do Paraguai, Euclides Acevedo, confirmou a investigação. Funcionários do Ministério e da Polícia Nacional paraguaia entraram na suíte de Ronaldinho para uma busca de supostos passaportes adulterados.
Acevedo diz que o ex-jogador e seu irmão entraram no país com passaportes e carteiras de identidades paraguaias falsas, ambos os documentos nos nomes dos dois brasileiros.
"Eles disseram que foram enganados. Que chegaram ao Paraguai com a intenção de colaborar. Mas o concreto é: ingressaram no Paraguai com passaportes falsos", afirmou, ao GloboEsporte.com, Euclides Acevedo
Em nota divulgada na madrugada desta quinta, o Ministério Público do Paraguai afirmou que os passaportes, as carteiras de identidade e os telefones celulares de Ronaldinho e Assis foram apreendidos.
Em contato com o GloboEsporte.com, o advogado de Ronaldinho e Assis, Sérgio Queiroz fez um único comentário.
"Certamente trata-se de algum equívoco que será esclarecido", declarou o advogado.
Ronaldinho Gaúcho, durante o desembarque
 em Assunção nesta quarta — Foto: Norberto Duarte/AFP
Os brasileiros estão no Yacht y Golf Club, fora da região central de Assunção. Segundo Euclides Acevedo, Ronaldinho e Assis não estão detidos, mas permanecerão sob custódia no hotel até o depoimento para o Ministério Público, na manhã desta quinta.
Após serem ouvidos, o órgão decidirá se faz a denúncia ou não. Acevedo ressalta que a investigação também terá como alvo as autoridades que emitiram os documentos e permitiram a entrada dos dois no Paraguai.
– Temos informações que Ronaldinho tem problemas com a justiça brasileira, algo relacionado a falta de pagamento de impostos. Eles ingressaram no país com a tolerância das autoridades, mas estão com um passaporte adulterado. É um feito passível de punição – explicou o ministro do Interior do Paraguai, que se referiu ao processo pelo qual o jogador passou no Brasil para recuperar seu passaporte.
O fiscal de Assuntos Internacionais, Manuel Doldán, e outros dois funcionários do Ministério Público, Federico Delfino, Alicia Sapriza e Marcelo Pecci, fizeram parte de uma equipe especial para a investigação no quarto de Ronaldinho.
Segundo o jornal "ABC Color", a principal suspeita da fraude recaia ao empresário brasileiro Wilmondes Sousa Lira, de 45 anos, que teria fornecido a Ronaldinho e seu irmão, Assis, os documentos falsos.
Ronaldinho Gaúcho chegou ao Paraguai como astro, com direito a recepção no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi. Ele foi participar de evento para arrecadação beneficente para crianças e lançar a biografia do jogador chamada "Gênio na vida". Passou a tarde no luxuoso hotel, que recebeu a cerimônia realizada pela empresária Dalia Lopez.
Estava prevista para esta quinta-feira outro evento de divulgação da ação social da empresária com Ronaldinho Gaúcho para a Fundação Fraternidade Angelical, que divulgou fotos do ex-jogador de futebol no hotel durante o dia.
Processo para recuperar passaporte no Brasil
Ronaldinho e Assis recentemente tiveram os passaportes retidos no Brasil e estavam proibidos de deixar o país ou renovar os documentos. O motivo era um processo por dano ambiental na Justiça do Rio Grande do Sul.
No entanto, em setembro do ano passado, ambos chegaram a um acordo e receberam os documentos de volta. O valor da indenização devida pela família Assis Moreira passava de R$ 8,5 milhões.
Embora tenham apresentado passaportes e documentos de identidade paraguaios na entrada em Assunção, Ronaldinho e seu irmão precisavam apenas de uma carteira de identidade brasileira para ingressar no Paraguai. Um acordo diplomático na região do Mercosul permite a viagem entre os países da região apenas com tal documento.
Por Daniel Mundim — Rio de Janeiro

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