Morreu chileno que permitiu resgate de sobreviventes da 'Tragédia dos Andes'

© JULIO CASTRO (2002) Roberto Canessa (d) e Sergio Catalán
 participam de ato em Santiago

Sergio Catalán, vaqueiro chileno que encontrou dois dos 16 sobreviventes da chamada "Tragédia dos Andes", na qual um avião que transportava uma equipe uruguaia de rúgbi caiu naquela cordilheira sul-americana em 1972, morreu, aos 91 anos, informou nesta terça-feira Carlos Páez, um dos sobreviventes.

"Um grande homem com uma grande família. Devemos a ele as nossas vidas", escreveu no Twitter Páez, filho do pintor uruguaio Carlos Páez Vilaró, após saber da notícia.

No dia 23 de dezembro passado, data dos  47 anos do resgate na cordilheira dos Andes, Gustavo Zerbino, outro dos sobreviventes, havia enviado uma mensagem ao chileno.

"Graças ao nosso grande amigo, Sergio Catalán, um exemplo de solidariedade que percorreu 120 km a cavalo para avisar que havia encontrado dois sobreviventes, hoje podemos estar vivos 47 anos depois", escreveu.

A tragédia ocorreu em 13 de outubro de 1972, quando, devido a um erro de cálculo do piloto, uma aeronave bimotor Fairchild F-227 da Força Aérea do Uruguai colidiu contra a montanha chilena com 40 passageiros e cinco tripulantes a bordo.

O avião havia sido fretado pela equipe de rúgbi Old Christian's, de um colégio particular católico uruguaio, para a disputa de uma partida em Santiago. Vários  jogadores viajavam acompanhados de familiares.

Entre os que estavam a bordo, 32 sobreviveram à queda, mas após sucessivas avalanches de neve, a gravidade dos ferimentos e devido às condições do tempo, apenas 16 conseguiram ser resgatados 72 dias depois. 

O resgate só foi possível quando dois dos sobreviventes, Fernando Parrado e Roberto Canessa, foram enviados por seus companheiros em busca de ajuda, sendo avistados por Catalán, para quem revelaram que eram parte dos "uruguaios acidentados". 

A "tragédia dos Andes", como a tragédia ficou conhecida, deu origem a livros e filmes, incluindo "Vivos!", um filme de 1993 baseado no texto homônimo de Piers Paul Reed, no qual os sobreviventes relatam como decidiram recorrer ao canibalismo para não morrer na montanha.

 AFP

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