Militar acompanha sessão do Congresso de El Salvador
no domingo (9), medida que ampliou crise política
no país — Foto: STR/AFP
Presidente salvadorenho Nayib Bukele entrou no Parlamento para exigir a aprovação de um crédito para as forças de segurança. Oposição, que é maioria entre os deputados, contesta a medida.
A ida de militares acompanhados do presidente de El Salvador, Nayib Bukele, ao Congresso não repercutiu bem entre os congressistas, de maioria oposicionista. O presidente do Legislativo, Mario Ponce, chamou nesta segunda-feira (10) de "tentativa de golpe de Estado" a pressão exercida pelo governo para a aprovação de um crédito para as forças de segurança salvadorenhas.
"Nós nos reunimos [os líderes das bancadas legislativas] para agir em relação à tentativa de golpe de Estado contra o órgão legislativo", disse Ponce à imprensa.
No domingo, soldados do Exército e policiais entraram na sede do Congresso usando coletes à prova de balas e carregando fuzis. Em seguida, cercaram o plenário, onde atuam os 84 deputados. Fora da sede do Legislativo, também havia uma forte presença militar.
O presidente Nayib Bukele entrou no local, protegido por uma grande comitiva de segurança de sua equipe presidencial, e permaneceu ali por alguns minutos para discursar e depois se retirou do local.
"Como presidente do Órgão Legislativo, e em nome dos 84 deputados, estamos protestando vigorosamente contra esta atitude (...), não é possível que 28 anos após os acordos de paz tenhamos nossas Forças Armadas invadindo o órgão legislativo", destacou Ponce.
Impasse em El Salvador
A situação foi gerada pela recusa dos legisladores em aprovar um empréstimo de US$ 109 milhões que o executivo exige para a compra de equipamentos para o Exército e Polícia, que seriam usados em um plano para combater gangues violentas.
O gesto do presidente foi criticado também pelo Supremo Tribunal de Justiça de El Salvador, que lembrou que o presidente não pode usar as Forças Armadas além do estabelecido na Constituição.
Além disso, o Supremo salvadorenho deixou sem efeito "a convocação da sessão extraordinária da Assembleia Legislativa", que ocorreu no domingo, feita pelo conselho de ministros.
Por France Presse
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