O presidente Jair Bolsonaro, que criticou ONG
Marcos Corrêa/PR - 12.02.2020
O presidente reagiu às críticas da ONG, fundada em 1971, sobre a reformulação do Conselho Nacional da Amazônia Legal
O presidente Jair Bolsonaro chamou de "lixo" a organização ambiental Greenpeace, na manhã desta quinta-feira, 12. Ele reagiu às críticas da ONG, fundada em 1971 , sobre a reformulação do Conselho Nacional da Amazônia Legal.
"Quem é Greenpeace? Quem é essa porcaria chamada Greenpeace? Isso é um lixo. Outra pergunta", disse Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada. Em nota, o Greenpeace destacou que a o conselho será formado exclusivamente pelo governo federal, sem participação dos governadores dos estados da Amazônia.
"Se você quiser que eu bote governadores, secretários de grandes cidades, vai ter 200 caras. Sabe o que vai resolver? Nada. Nada" disse Bolsonaro, que acrescentou: "tem bastante ministros. Nós não vamos tomar decisões sobre Estados da Amazônia sem conversar com governador, com a bancada do Estado. Se botar muita gente é passagem aérea, hospedagem, uma despesa enorme, não resolve nada", reagiu Bolsonaro.
Para o Greenpeace, o Conselho da Amazônia "não tem plano, meta ou orçamento". "Ele (o Conselho) não anulará a política antiambiental do governo e não tem por finalidade combater o desmatamento ou o crime ambiental. Os governadores, indígenas e a sociedade civil não fazem parte da sua composição", disse a entidade internacional.
No texto, o Greenpeace também fala que a transferência do conselho do Ministério do Meio Ambiente para a vice-presidência da República tenta "minimizar o impacto negativo da gestão do ministro Ricardo Salles".
"Bolsonaro retirou o Ministro do Meio Ambiente do comando de políticas ambientais para a Amazônia e espera que isto já seja o suficiente para enganar a opinião pública e os investidores internacionais. Mas os resultados continuarão sendo medidos diariamente pelos satélites que medem o desmatamento", disse.
Após o presidente da República chamar o Greenpeace de "lixo", a entidade afirmou que a postura de Jair Bolsonaro não é condizente com o cargo que ocupa. Em nota, a organização internacional afirmou que "o incômodo de quem destrói o meio ambiente soa como elogio". E que continuará atuando em defesa do meio ambiente e dos direitos dos povos indígenas "irrite a quem irritar".
Ministério
Em conversa com jornalistas, Bolsonaro disse que cogita criar um ministério extraordinário para cuidar de assuntos da floresta amazônica. A sugestão teria partido do deputado Átila Lins (PP-AM), que esteve com Bolsonaro pela manhã. A decisão, no entanto, dependeria de uma avaliação sobre seu impacto econômico. Além disso, Bolsonaro indicou que espera a aprovação do projeto sobre autonomia do Banco Central para considerar a criação de outra pasta.
Por Agência Estado
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