O médico Murillo de Oliveira Villela, de 93 anos, foi encontrado morto em seu apartamento, na Consolação, na manhã desta quinta-feira, 20, após um assalto ter ocorrido no local. Segundo a polícia, três criminosos entraram no imóvel, amarraram o idoso e uma auxiliar de enfermagem, de 38 anos, e fugiram levando o cofre da casa.
O médico teria passado mal durante o roubo e, quando o socorro chegou, ele já estava sem vida. O caso está sob investigação da polícia.Imagens do circuito de segurança obtidas pela polícia mostram o momento em que três homens chegam ao edifício localizada na Rua Luís Coelho, na região central de São Paulo. Eles entraram no local fazendo uso de uma chave e acessaram o apartamento da vítima. O prédio não tem porteiro. O médico e uma funcionária foram amarrados e o grupo arrombou um armário da casa para roubar o cofre.
A gravação mostra que vinte minutos depois de terem entrado, o bando foge com o cofre em um veículo. As vítimas foram encontradas por uma outra funcionária da casa, que relatou ter chegado ao local e se deparado com elas amarradas e amordaçadas com fitas adesivas e lacres plásticos. Ela ligou para a polícia, que foi ao local e acionou o resgate médico. O óbito de Villela foi constatado no apartamento.
A Secretaria da Segurança Pública disse que o caso está sendo registrado e é investigado pelo 78.º Distrito Policial (Jardins). "Policiais da unidade realizam diligências e analisam imagens de segurança para identificar e prender os autores do latrocínio".
Villela atuou com o indigenista Orlando Villas Bôas, o mais velho de três irmãos que lideraram a expedição Roncador-Xingu, que começou em 1943 - na viagem, tiveram contato com 14 tribos indígenas. No velório de Villas Bôas, em dezembro 2002, ele compartilhou um pouco da rotina que teve com o amigo.
"O médico, em uma de suas estadas no parque indígena, ensinou a Orlando como medir a pressão, utilizar o estetoscópio, aplicar injeções e realizar pequenas suturas", consta de nota pública da Assembleia Legislativa divulgada na data. "Orlando muitas vezes, sob minha supervisão, participou do diagnóstico de pacientes, ele tinha muita sensibilidade, tendo inclusive participado da discussão de casos com outros médicos", relatou naquela oportunidade Murillo Villela.
Villela também foi presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Aeroespacial, que se intitula como "especialidade muito difundida em todo o mundo, realizando há mais que 70 anos congressos anuais para troca de experiências e atualizações em que se discutem os agentes agressores do organismo humano representados pelo ato de voar, mesmo em aeronaves modernas".
Estadão.
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