Alerj vota nomeação de conselheiro indicado por Witzel para agência que regula a Cedae

Comissão da Alerj rejeita indicado 
do governo para Agenersa

Em meio à crise da água, Agenersa pode ter novo conselheiro escolhido pelo governador. Na terça, comissão da Casa deu parecer contrário ao nome de Bernardo Sarreta, que não soube responder a várias perguntas durante a sabatina.

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) vota nesta quarta-feira (5) a nomeação de indicado pelo governador Wilson Witzel para ser novo conselheiro da Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico (Agenersa).

A agência é a responsável pela regulação dos serviços da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae), que vive uma crise há mais de um mês por conta da presença de problemas na qualidade da água distribuída.

O nome indicado por Witzel foi o de Bernardo Pegoraro Sarreta, que precisa ser aprovado pelos deputados. Na terça-feira, a Comissão de Normas Internas se reuniu e, por unanimidade, emitiu parecer contrário à indicação após uma sabatina.

Rejeitado por comissão

No texto submetido à Casa, o governador escreve se tratar de um "profissional altamente qualificado". Na sabatina, Sarreta pareceu não conhecer o funcionamento da empresa para a qual foi indicado.

Questionado sobre possíveis indenizações aos usuários que gastam dinheiro com água mineral, Bernardo não soube responder. “Eu li o decreto, mas não vou saber te responder exatamente, precisamente, dos pontos em relação ao ressarcimento.”

Ainda na sabatina, deputados perguntaram ao engenheiro sobre experiências na área antes do cargo no governo e normas de regulação. Ele afirmou que nunca trabalhou na área de energia e que não leu livros específicos sobre o tema.

“A principal função da agência reguladora é fazer regulação nos bens, não diria nos bens, no que o estado é, me confere. Eu não li um livro específico sobre regulação. O último livro que eu li, não é muito do tema, seria do Sun Tzu, ‘A Arte da Guerra’.”

Engenheiro eletricista, Bernardo Sarreta tem 34 anos e é formado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo. Ele é subsecretário de Óleo, Gás e Energia na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais.

Se o plenário endossar a recusa, será um fato inédito na Casa. Deputados ouvidos pelo G1 atribuem o parecer contrário à proximidade de Bernardo com o secretário Lucas Tristão, que não estaria atendendo pleitos dos parlamentares.

O mandato na Agenersa tem duração de quatro anos. Se aprovado, Sarreta substitui José Bismarck Vianna de Souza, cujo vínculo se encerrou em junho do ano passado.

Por Gabriel Barreira, G1 Rio

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