Com o suporte da Organização de Procura de Órgãos (OPO), entidade vinculada a Coordenação do Sistema Estadual de Transplantes da Bahia, o Hospital Regional Costa do Cacau (HRCC), em Ilhéus, tem papel importante para captação de órgãos no sul do Estado. Neste mês de janeiro, a unidade já realizou a captação de duas córneas. Em 2019, a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do hospital captou 29 córneas e uma doação de múltiplos órgãos, que conta com a participação do trabalho realizado pela equipe multidisciplinar da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Esse trabalho contribui para a diminuição da fila de espera por transplante e traz esperança para pacientes e suas famílias.
Ronaldo Vital Pereira, enfermeiro coordenador da CIHDOTT do HRCC, diz que entre as funções do setor, está o gerenciamento do processo de doação e captação de órgãos e tecidos, responsável por viabilizar o diagnóstico e esclarecer a família sobre a doação. Nessa questão sobre o diálogo com familiares, o enfermeiro revela que o trabalho envolve todos os colaboradores comprometidos com a causa, principalmente do Serviço Social, que lida diariamente com os parentes de pacientes no momento de luto, com ajuda fundamental para o esclarecimento sobre a importância da captação e doação de órgãos. Além do trabalho realizado durante o Setembro Verde, campanha nacional de conscientização sobre a doação de órgãos, a unidade hospitalar lida com o tema durante todo o ano. “Aqui na Bahia, têm muitas pessoas que temem o procedimento, muitas vezes, por desconhecimento. Existe ainda muita negativa por parte dos familiares, e por isso precisamos fazer esse trabalho de conscientização de forma contínua”, disse Ronaldo Pereira. O médico Almir Gonçalves, diretor assistencial do HRCC, lamenta que, infelizmente nem sempre é possível reestabelecer a vida a todos os pacientes que adentram o hospital, entretanto, este momento de tristeza e sofrimento pode se tornar a esperança para dezenas de pacientes e familiares que aguardam por um transplante. O diretor assistencial assegura que a CIHDOTT desempenha um papel extraordinário, em equipe multidisciplinar, promovendo educação continuada para os colaboradores, pacientes e familiares, no intuito de informar sobre temas ainda desconhecidos, como os critérios de morte encefálica, importância da doação e os cuidados na manutenção da viabilidade dos órgãos a serem transplantados. “Estamos trabalhando arduamente na visão de aumentar a captação de órgãos viáveis para transplante, além de desenvolver um ambiente capaz de realizar, em breve, este procedimento em nossa instituição”, concluiu Almir Gonçalves.
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