“Dizer que a Lava Jato quebrou empresas é uma irresponsabilidade”, diz o procurador.
O procurador da República, Deltan Dallagnol, coordenador da operação Lava Jato em Curitiba, criticou, nesta segunda-feira (16), a declaração do ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em entrevista ao jornal Estadão, publicada nesta segunda-feira (16), Toffoli declarou:
“A Lava Jato foi muito importante, desvendou casos de corrupção, colocou pessoas na cadeia, colocou o Brasil numa outra dimensão do ponto de vista do combate à corrupção, não há dúvida. Mas destruiu empresas.”
Em mensagem na rede social Twitter, Dallagnol enfatizou que acusar a Lava Jato de quebrar empresas é uma irresponsabilidade.
Ao citar cinco pontos, Dallagnol acrescentou:
1. É fechar os olhos para a crise econômica relacionada a fatores que incluem incompetência, má gestão e corrupção.
2. É culpar pelo homicídio o policial porque ele descobriu o corpo da vítima, negligenciando o criminoso. Os responsáveis são os criminosos. A Lava Jato aplicou a lei.
3. É, assim, fechar os olhos para a raiz do problema, a prática por muitos políticos e empresários de uma corrupção político-partidária sanguessuga, que drena a vida dos brasileiros.
4. É fechar os olhos para o fato de que a Lava Jato vem recuperando por meio dos acordos mais de R$ 14 bilhões de reais para os cofres públicos, algo inédito na história.
5. Seguiremos aplicando a lei, que ainda é muito inefetiva no Brasil. Nos Estados Unidos, a prisão acontece depois da primeira ou segunda instância. Sem efetividade da lei, não há rule of law ou estado de direito.
RENOVA Mídia.
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